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Memórias do Front: abril 2008

O objetivo deste blog é resgatar, através de artigos, histórias de pessoas que se envolveram no maior conflito da História - A Segunda Guerra Mundial - e que permaneceram anônimas ao longo destes 63 anos. O passo inicial de todo artigo publicado é um item de minha coleção, sobretudo do acervo iconográfico, a qual mantenho em pesquisa e atualização. Os textos originados são inéditos bem como a pesquisa que empreendo sobre cada imagem para elucidar a participação destes indivíduos na Guerra.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Infantaria na Fortaleza de Brest: A primeira batalha da ofensiva de 41.

“Soldados alemães, enfrentais uma luta dura e pesada de responsabilidades, pois a sorte da Europa, o futuro do Reich alemão e a existência do nosso povo estão doravante, somente nas vossas mãos. Queira Deus ajudar-nos a todos nesta luta”.[1]

As 3:30 da madrugada do dia 22 de junho de 1941 a artilharia alemã inicia uma chuva de projeteis sobre a fronteira russa. Meia hora antes, às três horas da manhã, o Duce é desperto em seu refúgio de verão para receber uma minuta de Hitler. No documento o Führer avisa de seus planos de invasão a Rússia e dá outras instruções, além de fornecer um panorama geral do plano. O Duce, na sua intimidade, deseja que os alemães vençam, mas que sua vitória seja permeada de pequenas perdas e que estas funcionem como diminutivo do orgulho germânico. Naquele momento, a vitória da Alemanha parecia inevitável.

A ofensiva alemã foi dividida em três grandes setores, divididos assim por três grandes grupos de Exércitos: Grupo Norte, comandado pelo Marechal de Campo Ritter Von Leeb, Grupo do Centro comandado pelo Marechal de Campo Fedor Von Bock e o grupo sul comandado pelo marechal de Campo Gerd von Rundstedt. Cada grupo tinha um objetivo especifico: Von Leeb deveria rumar até Leningrado; o grupo do centro deveria cortar a Rússia a fim de chegar a Moscou; e o grupo Sul de Rundstedt deveria entrar pela fronteira da Ucrânia, tendo como meta Kiev.

A força atacante, resultado da soma dos três grupos de Exércitos, era fenomenal: 3 milhões de soldados alemães, 3.580 tanques, 7.184 canhões e quase 2 mil aviões, numa linha de ataque que se movia por 1.600km, do Báltico até o Mar Negro.[2]

O grupo de Exércitos Sul, comandado por Rundstedt era composto pelo 6º Exército, 17º Exército, 11º Exército e pelo 1º Grupo de Tanques (Panzer). Isto significava um total de 972 mil soldados para a invasão pela fronteira da Ucrânia, através da Polônia.[3] O Grupo de Tanques era composto pela divisão Leibstandarte SS Adolf Hitler e a Divisão Motorizada SS-Wiking.

Sob a escuridão da madrugada, divisões do 6º e do 17º exércitos alemães penetram sobre as margens descobertas dos rios Bug e do San. Os russos nada vêem: a surpresa foi total, de modo que a travessia dos dois rios é feita sem se perder um homem. No Bug, na região de Litovsk no horário H, a 3ª Companhia do 135º Regimento de Infantaria toma a ponte sobre o rio, de modo que apenas um tiro de fuzil vem do lado russo. Em pouco mais de um minuto, centenas de soldados da Wehrmacht atravessam um dos maiores cursos d’agua da Europa. A imagem abaixo mostra alguns soldados atravessando o Bug em botes infláveis.


O Bug nasce na Ucrânia e corre em direção a Polônia. Tem cerca de 772km de extensão, dos quais 587km apenas na Polônia. Este rio serviu durante vários períodos da história como marcador de fronteiras. Desta forma, ao longo de sua margem e em suas ilhas nasceram construções fortificadas. É o caso da Fortaleza de Brest. A batalha pela fortaleza de Brest será uma das primeiras batalhas da operação Barbarossa e se tornará símbolo e propaganda do Exército Vermelho.


A fortaleza de Brest foi construída pelos russos entre 1833 e 1842 na confluência do Bug e do rio Mukhavets. A fortaleza é ampliada e reforçada nos anos subseqüentes, especialmente no final do século XIX e antes da I Guerra Mundial. Assim, a fortaleza espalha-se por quatro ilhas do Bug, encerrando pomares e prados. Ao seu redor existe ainda um pequeno povoamento, com cerca de 300 civis.

O fogo de artilharia na proximidade da fortaleza iniciou as 3:05 da manhã. 80 carros submarinos que faziam parte do plano de ataque à Inglaterra, atravessam o rio e garantem a passagem dos engenheiros e infantaria, que cruzam em botes o rio por volta das 3:19. Cerca de uma hora depois é planejado o primeiro assalto a fortaleza na ilha central. Neste momento a população civil já estava abrigada em seu interior e a fortaleza contava com uma força defensora entre 7 a 8 mil soldados russos.[4] Sem obter sucesso, o exército alemão se volta a outros objetivos e por volta do meio dia as tropas alemãs já haviam ocupado a ilha norte e a estação de trem da vila, além de outras pontes.

A resistência da fortaleza é contínua e surpreende até os alemães. Os civis dentro de Brest tornam-se “soldados” auxiliando as tropas em busca de munição e comida. Os batalhões de engenheiros instalam bombas nas paredes da fortaleza, a fim de desgastá-las; a artilharia castiga, hora após hora, a fortificação com projeteis cada vez maiores. Além disso, a Luftwaffe bombardeia as ilhas com caças de mergulho Stukas. Mas a resistência russa é tenaz. Em 26 de junho os soviéticos lançam um contra ataque, mas são repelidos e sofrem severas baixas.

Entre 29 e 30 de junho a 45ª divisão de Infantaria alemã lança um grande ataque, auxiliado inclusive por bombardeiros Ju-88. O resultado é uma penetração profunda na fortaleza. Os lideres da resistência soviética são presos e exterminados ou enviados a campos de prisioneiros. Este golpe liquida a resistência organizada no setor e assim a batalha é considerada vencida pelos alemães. Mas bolsões de resistência organizada por pequenos grupos irão ainda resistir até a primeira semana de julho, aproximadamente.

Os soldados que participaram da ofensiva do Grupo de Exércitos Sul viram o combate já nos primeiros minutos da invasão. Portanto, é bem possível que o sargento não-identificado da foto que dá origem a este artigo tenha participado da primeira parte da operação Barbarossa. Em sua túnica ele exibe a barreta da medalha do Front Oriental (imagem abaixo), confirmando a sua participação na ofensiva de 1941. Além disso, ele ostenta o Badge de Infantaria, confirmando sua função na Wehrmacht.[5]





A batalha por Brest vitimou aproximadamente 400 soldados alemães. Do lado russo este número foi várias vezes maior. Pouco mais de 300 soldados soviéticos foram feito prisioneiros.[6]

Com as ilhas de Brest quase que totalmente dominadas pelos alemães, o avanço prossegue pela Ucrânia. A presença alemã parecia ser uma libertação do jugo soviético imposto por Stalin e seu socialismo. Mas Hitler e sua ideologia tinham outros planos para os eslavos: transformá-los em escravos agrícolas com a ocupação dos trigais da Ucrânia além de submeter à morte e humilhação todo o Exército Vermelho. Dos mais de cinco milhões de soldados russos aprisionados pelos alemães em toda a campanha, cerca de 10% chegara ao final da guerra. A estes, Stalin deu um prêmio: A Sibéria, já que considerava os soldados que se deixavam aprisionar traidores da pátria. Mortos ou presos, o sofrimento destes homens iniciou-se no verão de 1941.

A propaganda soviética logo tratou de utilizar a ocupação alemã e seus efeitos negativos para fortalecer o sentimento de patriotismo, fazendo com que a população e o Exército se fortalecessem ao redor de Stalin e do regime, de forma que, apesar das vitórias, o exército alemão encontrava tenaz resistência ideológica a sua ocupação.


[1] Conclusão da ordem do dia de Hitler à Wehrmacht, em 22 de junho de 41. CARTIER, Raymond. A Segunda Guerra Mundial (1939-1942) Primeiro Volume. PRIMOR: Rio de Janeiro, 1976. p. 246
[2] WILMOTT, H.P. CROSS, Robin. WORLD WAR II. DK publishing, 2004. p. 98.
[3] KIRCHUBEL, Robert. Operation Barbarossa 1941 (1): Army Group South. Osprey Publishing, 2007. p. 23
[4] KIRCHUBEL, Robert. Operation Barbarossa 1941 (3): Army Group Center. Osprey Publishing, 2007 p. 44
[5] Foto da coleção pessoal de Fernanda Nascimento. Imagem Inédita.
[6] KIRCHUBEL. op. cit. p. 44

VEJA TAMBÉM

>> Metralhadoras alemãs em ação: MG 34 e MG 42
>> João Avelino Santos: Um soldado na FEB.

terça-feira, 15 de abril de 2008

O P-51 chega ao teatro Europeu

Durante as campanhas de bombardeio efetuadas pela AAF entre 42 e o final do ano de 1943 prevaleceu um grande problema: a falta de autonomia dos caças de apoio para que pudessem acompanhar as Fortalezas e os Liberators até o coração da Alemanha nazista. O problema só seria resolvido nos últimos meses do ano de 1943, com a chegada do caça P-51 Mustang ao Teatro de Operações Europeu.

A falta de um caça apropriado para a escolta dos aviões de bombardeio pesado estava sob a teoria de que as Fortalezas e os Liberators eram aviões auto-defensáveis. Ora, equipados com 10 metralhadoras – caso do B-24 – e 13 metralhadoras Browning .50 – caso do B-17 -, acreditava-se que estes aviões eram verdadeiras fortalezas aéreas. As primeiras missões, ainda no ano de 1942, chegaram a contar com participação nula de caças de escolta. Mas durante o ano de 1943 e as paulatinas penetrações em território alemão, a realidade do bombardeiro auto-defensivo caiu por terra. Ante os ataques incansáveis dos Me-110 e Fw-190 da Luftwaffe, as pesadas fortalezas não puderam manter o prumo.

Para tentar amenizar o problema durante a primavera de 1943 fizeram-se experiências com tanques de combustíveis descartáveis acoplados as asas dos aviões P-47 a fim de aumentar seu alcance de vôo. Mas os tanques, feitos de material inadequado e altamente inflamável, tornaram os caças presa fácil dos aviões da Luftwaffe e logo este recurso foi sendo abandonado. Apenas em meados de 44 surgem na Inglaterra tanques adequados, mas então o P-51 já dominava os céus.

A guerra aérea prosseguia e após o chamado Verão Sangrento – entre junho e julho de 1943 quando a Oitava Força Aérea perdeu alto número de aviões – os aviadores foram vitimas de mais uma vitória aérea da Luftwaffe: entre 8 e 14 de outubro de 1943 foram derrubados 148 bombardeiros com a perda de quase 1500 tripulantes. A partir deste momento tornou-se inadiável a necessidade de um caça que superasse o raio de ação do P-47. Este panorama motivou o andamento do projeto, definido a partir de então como alta prioridade, do desenvolvimento do P-51.

Inicialmente o P-51 não havia sido desenvolvido para a função de caça de escolta. Os primeiros exemplares que chegaram à Inglaterra destinavam-se ao reconhecimento aéreo de alvos e funções meteorológicas. A resposta para isso é simples: a industria americana estava dando prioridade ao bombardeio pesado e todos os aviões produzidos deveriam seguir uma lista de prioridades. E a escolta, até os desastrosos ataques de Schweinfurt, não era efetivamente uma prioridade.

Foi apenas em outubro de 1943, após o segundo ataque a Schweinfurt, que o comando da Força Aérea assegura que, dali em diante, a função do P-51 não mais seria de reconhecimento, e sim escolta as missões de bombardeio. O advento do novo caça era uma esperança a mais para centenas de tripulações que seguiam, dia após dia inexoravelmente, rumo aos territórios ocupados.

As imagens utilizadas neste artigo foram tiradas em 18 de outubro de 1943 na base de Renfrew, na Escócia, quando uma leva de aviões P-51 vindos diretamente dos EUA chegam para serem utilizados no Teatro Europeu.[1] Estes aviões fazem parte, provavelmente, de um lote de 180 aeronaves que foram despachadas para a Inglaterra a fim de servir como escolta de bombardeios. Outros 333 aviões foram enviados para a função de reconhecimento. Parte destes aviões foi desviada, por ordem do General Henry Harley Arnold, Comandante da AAF, para as bases de caças.

Equipado com quatro metralhadoras .50, duas em cada asa – os novos modelos já vinham com 6 metralhadoras, três em cada asa – o P-51 atingia a velocidade máxima de 700km/h (variando normalmente entre 600km/h ao nível do mar e 690 em alta altitude). Podendo subir até a altitude de 12.500m, estes caças voavam acima das formações de bombardeiros para interceptar os caças da Luftwaffe com maior eficácia. Seu raio de ação era de 4.560km e com a adição de tanques extras, poderia ser estendido até 6.000 metros.



O advento do P-51 colocava a própria política de pesquisas da Luftwaffe em jogo: Adolf Galland, general da Luftwaffe, desde que pilotara o protótipo do Me 262 insistia em seu desenvolvimento para que a aviação de caça alemã pudesse superar as investidas inglesas e americanas contra a Alemanha. Após as severas perdas de outubro de 1943, Galland estava convicto de que os americanos retornariam a Alemanha, mas não sem antes possuir a companhia de um avião de longo alcance.

Por outro lado, Hitler não aceitava guerrear na defensiva e quando o Me 262 lhe foi apresentado, insistiu para que ele fosse adaptado para a função de bombardeio. Ora, se os alemães tivessem levado adiante as pesquisas do Me 262, talvez a guerra teria tomado outro rumo. Mas os americanos – mesmo com um motor a hélice – fizeram a diferença e inudaram os céus da Europa com o P-51. Em meados de 1944 os P-51 já eram vistos sob o céu de Berlim acompanhando os bombardeios em suas investidas diárias. reza a lenda que Göering teria dito que a “guerra estava perdida” ao ver os aviões sobrevoando Berlim.

O fato é que no verão de 1944 praticamente todos os comandos de bombardeio da Europa estavam equipados com esquadrões de P-51 capazes de escoltar os bombardeiros por todo o trajeto da missão. Muitos historiadores norte-americanos acreditam que foi graças ao advento do P-51 que a campanha de bombardeio estratégico teve continuidade – sem ele, as missões estariam fadadas a não mais entrar em território alemão, a não ser a custa de vários aparelhos e centenas de homens.

A conseqüência da campanha de bombardeiro estratégico durante o ano de 1944 foi privar a Alemanha principalmente de combustível – com a falta dele a Luftwaffe era principal perdedora, pois não podia treinar novos pilotos nem colocar seus aviões no ar. É assim que, após a chegada do P-51 aos céus da Europa e a intensificação da política de bombardeio estratégico, que a Luftwaffe está praticamente derrotada antes mesmo do final do ano de 1944.



[1] National Archives USA - NARA. Cópia na coleção de Fernanda Nascimento. Imagem inédita.

VEJA TAMBÉM

>> SKY TRAMP: um bombardeiro pesado no Pacífico.
>> A Infantaria na Fortaleza de Brest: A primeira batalha da ofensiva de 41.
>> O B-24 Bad Girl e o projeto Azon

terça-feira, 8 de abril de 2008

O B-24 Bad Girl e o projeto Azon

Em 1944 a AAF colocou em ação o Projeto Azon, destinado aos bombardeios da 8ª AAF estacionados na Inglaterra. O projeto consistia no uso de uma nova bomba de 1000 libras que podia ser lançada à cerca de 15.000 pés de altitude e seria controlada por sinais de rádio. De todas as missões realizadas pelo Projeto Azon, apenas sete foram consideradas bem sucedidas. De qualquer forma, a bomba Azon é considerada a mãe das bombas inteligentes utilizadas hoje pelas forças armadas dos EUA.

Para isso, dez tripulações foram treinadas e dez aviões B24 receberam adaptações para poder acomodar os comandos de quatro bombas Azon que cada B24 poderia carregar, devido seu tamanho. Estas tripulações e os aviões estavam a caminho do Teatro de Operações do Pacífico quando receberam ordem de retornar e se encaminhar a Inglaterra. A nova bomba experimental seria utilizada em preparação ao Dia D, principalmente na necessidade dos bombardeios de precisão a pontes, portos e pátios ferroviários. Portanto, durante o mês de maio de 1944 as tripulações, ligadas ao 458º Grupo de Bombardeio na Inglaterra – 753º Esquadrão, seguiram treinando para se adaptar as condições climáticas do teatro Europeu.

Em setembro de 1944 o projeto foi encerrado. Dos dez aviões, sete acabaram envolvidos em acidentes e algumas tripulações foram desligas antes do término do projeto por completar o número de missões necessário ara o retorno ao lar.

A bomba Azon poderia ter sua trajetória alterada por sinais de rádio emitidos pelo bombardeador do avião. Seu complexo sistema permitia isso graças ao rádio que possuía em seu interior alimentado por uma bateria de curta duração. Cada bomba, ao ser lançada, lançava uma fumaça colorida para que seu trajeto pudesse ser acompanhado pelo bombardeador. Além disso, a bomba possuía um fusível de tempo, que não permitia que a bomba caísse em mãos inimigas sem explodir.

Para controlá-la, cada aeronave possuía três antenas de rádio sob a cauda que transmitiam em freqüências diferentes a fim de controlar a trajetória da bomba para a esquerda ou para a direita. As três freqüências eram alteradas periodicamente para que o inimigo não pudesse interferir nos sinais.

Na Europa o Major Robert K. Holbrook esteve a cargo do Projeto e seu assistente foi o Tenente M. David Baltimore. O criador da bomba foi o Major Henry J. Rand que acompanhava as missões a fim de avaliar a atuação das bombas.

Dentre os dez aviões especialmente adaptados para carregar as bombas Azon e seu controle, o B24 Bad Girl foi um deles. Fabricado em 1944, este avião acomodou diversas tripulações durante o período do projeto, realizando 5 missões do Projeto Azon e 16 missões de bombardeio comum antes de se acidentar em 2 de outubro de 1944 em uma missão de treinamento na Inglaterra.


Em 31 de maio de 1944 era realizada a primeira missão dentro do projeto Azon com a participação do B24 Bad Girl. Nesta ocasião, o piloto era o Ten DeNeffe que realizava sua 25º missão e foram despachados cinco aviões para a tarefa. Apenas 1 deles abortou a missão por problemas técnicos; os outros a completaram. Como apoio foram destacados 48 aeronaves P51 para escoltar os bombardeiros B24, além de 16 aviões bombardeiros carregados com bombas comuns para dar apoio ao ataque. O alvo escolhido foi um conjunto de 5 pontes na França e a duração da missão foi estimada em seis horas.

O resultado dos bombardeios não foi satisfatório. O primeiro alvo, a ponte de Melun, foi atacada por apenas 3 aviões e as duas bombas lançadas caíram a nordeste do rio. Sucessivamente os alvos foram sendo atacados, mas o mau tempo não permitiu a precisão do bombardeio. Não foram registrados ataques de aviões inimigos durante a operação e o FLAK foi fraco e impreciso sobre os alvos. A baixa nebulosidade e o acumulo de nuvens tornou a missão difícil e alterou a precisão dos navegadores.

A foto que ilustra este artigo é da tripulação do Ten DeNeffe em 31 de maio de 1944. Ela foi tirada após o retorno da missão pelos fotógrafos da Força Aérea Americana. [1]

O projeto Azon foi suspenso em setembro de 1944 dada a falta de resultados positivos durante as 16 missões realizadas. Parte da falta de precisão de bombardeio foi ligada a má compreensão dos bombardeadores dos aviões em relação ao funcionamento da bomba. Por outro lado a precisão de resultados necessitava de muitos fatores positivos no momento de bombardeio como bom tempo, por exemplo, além de pouco acumulo de nuvens pois os aviões destinados ao projeto deveriam voar em altitude maior para soltar as bombas.



O Bad Girl passa a ser utilizado em missões de bombardeio comum junto ao 753º Esquadrão de Bombardeio entre julho e setembro. Em 2 de outubro o Bad Girl, número serial 44-40288, encerra sua atuação na guerra: cai durante um treinamento sem vítimas na Inglaterra e é retirado de operação.


[1] National Archives USA - NARA. Cópia na coleção de Fernanda Nascimento. Imagem inédita.