No início de 1944, a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos enfrentava grande escassez de pilotos e tripulações treinadas para as missões de bombardeios sobre a Europa. Inicialmente, cada homem treinado e enviado para combate, deveria cumprir um tour de 25 missões para receber sua dispensa do serviço militar ou ser transferido de volta aos EUA, para trabalhar no treinamento de novas tripulações. Mas com a escassez de homens treinados, o numero de missões foi aumentado drasticamente para 35 e, por algum tempo, este numero variou em até 50 missões.
[1] Para estes homens, treinados arduamente e que enfrentavam quase que diariamente as baterias anti-aéreas alemãs, este número parecia, muitas vezes, uma distante realidade.
Durante o ano de 1943, os aviadores aliados sofreram com a campanha de bombardeamento intenso das áreas ocupadas pelos alemães na Europa, incluindo aí a própria Alemanha. A falta de proteção dos caças e a força da Luftwaffe foram responsáveis pela morte de milhares de tripulações e também pelo aprisionamento de tantos outros. A intensificação de missões aliadas sobre os territórios ocupados fez crescer em quantidade o número de aviadores que, de alguma forma, conseguiam escapar das patrulhas alemãs e se refugiavam nas casas de fazendeiros e moradores locais.
[2]Para estes que não eram presos nas primeiras horas em solo inimigo, existia ainda uma salvação: voluntários ligados a diversos movimentos de resistência organizaram, com sucesso, uma operação que permitia o translado de aviadores desde a Bélgica até Madri ou Gibraltar, onde eram então conduzidos em segurança de volta a Inglaterra e, quiçá, a novas missões de bombardeio. O grupo ficou conhecido como Linha Cometa e possuía integrantes e simpatizantes por toda a Bélgica e parte da França.
[3] Embora o grupo não estivesse oficialmente ligado a Resistência Francesa, ambos se conheciam e mantinham uma relação estreita. A linha Cometa sofreu, entre os anos de 1942 e 1944, intenso assedio do serviço de inteligência alemão que intentava destruir o grupo. De fato, centenas de integrantes foram presos até o final da guerra e a maioria foi fuzilada ou enviada a campos de concentração.
A Linha Cometa tinha o apoio do serviço de inteligência britânico e também dos funcionários da Embaixada Britânica na Espanha, que eram responsáveis pelo recebimento dos soldados que eram contrabandeados pela linha até a Espanha. O objetivo da linha era salvar e enviar, em segurança, quantos homens pudesse através de um caminho que atravessasse os Pirineus, na fronteira da Espanha com a França, dentro do território Basco. Aviadores ingleses até 1942 se beneficiaram com os serviços da Linha, mas a partir de 1943 foi constante o aumento de aviadores americanos.
Esta é a história de Jim Burch, co-piloto de um B-17 abatido sobre a França em 10 de outubro de 1943 e resgatado pela Linha Cometa. Sua imagem é a que abre este artigo, tirada em junho de 1943, provavelmente ainda nos EUA. Burch alistou-se no Exército em 4 de abril de 1942, pouco depois da entrada dos EUA na guerra. Tinha 25 anos e era casado. Seu irmão, Billy F. Burch, também se alistou no mesmo dia e ambos escolheram a arma aérea como prioritária.
[4] Após meses de treinamento, Burch foi designado co-piloto de B-17 enquanto seu irmão seguiu como piloto de P-38.
[5] Jim foi transferido para a Inglaterra por volta de agosto de 1943 enquanto seu irmão seguiu para o pacífico.
Burch voou, já com sua tripulação, diretamente para o aeródromo de Great Ashfield, localizado próximo a Suffolk, base do 385º Grupo de Bombardeio Pesado, ligado a 8ª Força Aérea Americana. O 385º havia chegado na base em junho de 1943 e se estabeleceu rapidamente, com quatro esquadrões de B-17.
[6] A tripulação de Burch estava ligada ao 549º Esquadrão de bombardeio pesado. Seu piloto era William Whitlow e os outros oficiais eram o bombardeador Lloyd Stanford e o navegador William Fazenbaker. A primeira missão da tripulação foi o bombardeamento das bases de U-boat em St. Nazaire, na França, no final de setembro de 1943. Após, a tripulação voou apenas para a Alemanha, respectivamente para Emden, Frankfurt, Marienburg e Münster, em 10 de outubro de 1943.
[7] Esta seria a sexta missão da tripulação e também sua última.
Bombardear a Alemanha, em 1943, era uma tarefa complexa e aterrorizante. A Luftwaffe ainda não havia sido completamente posta fora de combate, portanto, seus pilotos ainda eram forte ameaça para as formações de bombardeios americanos e ingleses. Geralmente as missões partiam com a proteção de caças, mas a falta de autonomia dos aviões neste período não permitia que fossem além da costa francesa ou do território holandês. Por último, próximo as zonas de bombardeamento, existiam as temíveis baterias FLAK anti-aéreas que começavam a disparar pouco antes da formação entrar no seu alcance.
O ano de 1943 foi bastante crítico para a força aérea americana. Em média, cerca de 4% da força de bombardeio era morta ou desaparecia em ação a cada missão. Durante toda a guerra, a força aérea acumulou uma média de 50% de tripulações que nunca chegaram a completar o mínimo de missões de combate exigidas, ou seja, 25 missões.[8] A expectativa da força aérea era de formar cerca de 100 mil pilotos por ano, mas as exigências físicas e intelectuais barravam constantemente este numero. As brutais missões e o alto número de baixas em todos os esquadrões na Inglaterra tornaram o ano de 1943 um período crítico, sobretudo durante o verão. O aumento de missões significava o aumento de aviões abatidos e a conseqüente chegada de mais aviadores na Linha.
A missão de 10 de outubro reuniu grande parte do efetivo da 8ª Força Aérea americana, estacionada na Inglaterra. Naquele ensolarado domingo, 313 aviões B-17 de diversos grupos foram enviados para a missão.[9] O avião de Burch e Whitlow decolou às 11h25min do aeródromo de Great Ashfield. Alguns aviões, por problemas mecânicos ou pela ação de caças alemães, abortaram a missão e retornaram para suas respectivas bases quando estavam sobre o Mar do Norte. A maioria, porem, seguiu para o alvo primário, a cidade de Münster. Esta cidade concentrava um anel ferroviário bastante importante com ligação para a região industrial do Ruhr. Causar danos a sua estrutura ferroviária significava atrasar a produção industrial de todo o Ruhr por semanas ou até meses. Por conta de sua importância estratégica a cidade era fortemente defendida pela artilharia anti-aérea.
A proteção de caças abandonou a enorme formação de fortalezas voadoras nas proximidades do mar do norte. Houve ainda um atraso da segunda leva de P-47, por conta da neblina na Inglaterra. Após entrar em território alemão, a cerca de 20 minutos do alvo, os primeiros caças da Luftwaffe interceptaram a formação e iniciaram seu ataque. Por volta de 15hrs da tarde, as bombas foram soltas sobre o alvo e os aviões iniciaram o caminho de volta. Os caças da Luftwaffe voltaram com bastante força, atacando a formação. Após soltar suas bombas, o B-17 de Burch, numero de série 42-3539, foi atingido gravemente em um dos motores. Por volta das 15:10, pilotos de outras aeronaves reportaram a perda de altitude e velocidade do B-17 comandado por Whitlow e Burch. Em pouco tempo o motor número 2 estava em chamas e os pilotos não conseguiam manter o controle do avião. Seriamente avariada, a aeronave prosseguiu em vôo caótico, na rota de retorno para a Inglaterra, sofrendo ainda com os ataques de caças da Luftwaffe. A ordem de abandonar o avião partiu dos pilotos pouco tempo depois, já próximo ao território holandês. Outras aeronaves reportaram que 10 pára-quedas foram vistos abandonando o B-17 próximo de Nijverdal, Holanda.[10] Mas esta não foi a sorte da tripulação de Whitlow e Burch.
A situação era muito mais séria. O sistema elétrico do avião não mais funcionava, o oxigênio estava defeituoso e o rádio estava mudo.[11] Com o avião ainda no ar, perdendo altitude e controle rapidamente, os pilotos entraram em contato com os tripulantes para ordenar o abandono do avião. O atirador da torreta giratória da barriga já estava morto ou seriamente ferido. Seu nome era Thomas E. Ennis e Withlow tentou comunicar-se com ele pelo intercom, mas não houve resposta. Ennis havia sido atingido por um estilhaço de uma granada 20mm. Outro tripulante, o atirador Howard E. Walker estava seriamente ferido e não teria saído do avião. Whitlow reportou tê-lo visto no chão do avião, impossibilitado de pular.[12] O bombardeador Lloyd Stanford também reportou que um artilheiro interno e o da torreta da barriga estavam mortos antes do avião cair ou seriamente feridos e não puderam abandonar o avião.[13] Posteriormente veio a se saber que o corpo de Thomas E. Ennis foi encontrado por integrantes da resistência holandesa nos destroços do avião e enterrado nas proximidades do acidente. Robert Richards, artilheiro da cauda, também havia se ferido no vôo, mas conseguiu saltar com o pára-quedas. A foto ao lado é do piloto Whitlow.
Os dois pilotos, Whitlow e Burch, abandonaram o B-17 pelo compartimento de bombas, que estava aberto. Em algum momento antes ou após o salto, Burch machucou seriamente sua perna, embora Whitlow tenha reportado posteriormente que Burch havia se ferido ainda dentro do avião. Lloyd Stanford, o bombardeador, também se feriu ao saltar do B-17. No momento do salto, caças alemães ainda rondavam a fortaleza em chamas e o rádio operador John Ashcraft viu perfeitamente quando um FW190 se aproximou de seu pára-quedas.[14] Naquele dia, o piloto alemão Hans Oeckel operando um Messerschmitt Bf109, anotou em seu diário a derrubada do B-17 de Burch.[15] Oeckel, piloto da unidade Jagdgeschwader (JG) 26, decolou de sua base em Lille, na França, próximo a fronteira belga. Sua missão era atacar as formações de fortalezas voadoras assim que ultrapassassem o canal da Mancha. Hans Oeckel foi ganhador da Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro por sua atuação na Luftwaffe.
Após o salto, cada tripulante ficou por conta própria. Graças ao intervalo entre os saltos, a distância entre um e outro integrante chegou a três quilômetros. Logo após a queda os tripulantes Robert Richards, William Fazenbaker, Clarence Schaumburg e Willis G. Shaneyfelt, foram feitos prisioneiros de guerra por patrulhas alemãs. Transferidos para campos de prisioneiros na Alemanha, somente retornariam aos Estados Unidos após o fim da guerra, em maio de 1945.
Os outros tripulantes tiveram uma sorte melhor: Lloyd Stanford, Jim Burch, William Whitlow e John Ashcraft foram localizados por membros da resistência holandesa e escondidos das patrulhas alemãs. Lloyd, Burch e Ashcraft estavam feridos, mas só souberam da existência um do outro alguns dias depois, quando as noticias começaram a circular entre membros da resistência. Embora os outros tripulantes feridos tenham sido tratados, Burch não tivera a mesma sorte. Um médico holandês achou que ele tinha uma contusão leve e descreveu apenas repouso, mas 15 dias depois sua perna continuava roxa e inchada. De fato, não havia sinal de um ferimento exterior. Neste momento, iniciou-se a aventura vivida por estes homens em pleno território ocupado pelos alemães.
Poucos dias depois, tanto Burch quanto Stanford foram enviados para a Bélgica, onde foram recebidos por integrantes da Linha Cometa. Foram submetidos a um questionário sobre a missão e postos frente a frente para que os integrantes da Cometa pudessem avaliar sua reação e suas histórias sobre a queda do B-17. Existia um grande medo de que alemães pudessem se infiltrar na Linha disfarçados de aviadores. Embora os integrantes da Cometa tomassem algumas medidas de segurança, a linha era constantemente assediada por espiões alemães que quase paralisaram seus esforços no final de 1943.
No início de dezembro de 1943, iniciou-se a operação para remover Stanford e Burch de Bruxelas. O plano inicial previa a chegada até Paris, onde poderiam então ser deslocados até o norte da França. De Paris, a viagem seguiria até Bordeaux e de lá até Dax, já na França livre aonde um trajeto de 40 km de bicicleta os conduziria até Saint Jean de Luz, cidade fronteiriça com os Pirineus. Da mesma tripulação de Burch, o piloto Withlow e Ashcraft, operador de rádio, haviam, passado com sucesso a fronteira no dia 20/12/1943.
Já na travessia de bicicleta Burch não acompanhou o ritmo e Stanford o acompanhava, atrasando o cortejo. Ao chegar à cidade, caminharam até o campo, no sopé das montanhas, já em território basco. O grupo levaria, além dos pilotos, uma série de documentos elaborados pela resistência com informações destinadas ao serviço britânico de inteligência que incluíam indicações das posições alemãs e fotos das defesas costeiras, construídas ao longo da costa francesa.[16]
Burch estava lesionado, provavelmente no osso, mas os ativistas da Linha Cometa não conheciam totalmente a extensão de seus ferimentos e decidiram que o piloto estava apto para a travessia através dos Pirineus. Por sua vez, Burch decidiu-se manter firme perante as adversidades do caminho.
A travessia foi feita no dia 23 de dezembro de 1943. O principal guia basco para a travessia pelos Pirineus estava doente e não pôde acompanhar o grupo. Nesta noite, 10 homens fariam a travessia até a Espanha, por entre as montanhas. Acompanhava o grupo Jean François, responsável pela Linha Cometa, que iria se encontrar em Gibraltar com representantes do consulado inglês, a fim de discutir uma nova estratégia para a evacuação de aviadores através da França ocupada. Além de Burch e Stanford, outros aviadores estavam também no grupo.
O caminho era tortuoso e difícil. Durante longas horas o grupo subiu a montanha por caminhos entrecortados e dificultados pelo frio e pela chuva. Os homens estavam encharcados e Burch caminhava com muita dificuldade, sempre apoiado por Stanford. A previsão é de que a caminhada durasse aproximadamente 8 horas, portanto, chegariam à Espanha somente ao clarear do dia. Era necessário tomar todo o cuidado, pois na proximidade da fronteira tropas espanholas estavam posicionadas, prontas para abrir fogo ou fazer prisioneiros. Burch caminhava com tanta dificuldade, que pediu a Stanford que avisasse sua família pessoalmente sobre seu destino, caso não sobrevivesse à travessia. Ao lado, a imagem do bombardeador Stanford.
Ao chegarem ao lado espanhol existia ainda um curso d’água que deveria ser atravessado, o Bidassoa. Em geral o rio não oferecia riscos, pois era calmo e raso, mas naquela noite ele estava cheio e com uma correnteza forte. A chuva e o vento foram os responsáveis pela mudança no rio e a travessia pareceu muito perigosa, de repente. O rio tinha cerca de 25m de largura e mais de uma centena de homens já o havia cruzado. A ordem foi para que os homens tirassem suas calças e amarrassem umas nas outras, passando em volta do pescoço, de forma a criar uma corrente protetora para a travessia do rio. Com o aumento do curso d’água, a água chegava à altura do ombro dos homens. A travessia era dificultada pelo leito cheio de pedras e galhos de árvores, que aumentavam a chance de um tropeço.
Burch estava preso a um belga, integrante da Linha Cometa, que iria acompanhar Jean François até Gibraltar. Ele estava muito exausto e quase não parava de pé. A correnteza estava forte e Burch perdeu o equilíbrio uma vez. Sua cabeça mergulhou na água, mas o belga pôde agarrá-lo e colocá-lo em pé novamente. Iniciaram a travessia de novo, mas Burch estava tão cansado e debilitado, por conta de sua perna, que escorregou novamente. Ele gritou por socorro e, debatendo-se na água, puxou o belga para baixo também. Daniel, o belga, soltou a calça que os unia para poder salvar-se e viu Burch se contorcendo e gritando por socorro, sendo puxado pela correnteza. Ele tentou nadar na direção de Burch, mas um tiro de fuzil ecoou pelo rio. Novamente outro tiro foi ouvido e mais um vindo da fronteira espanhola, contrastando com o som da forte correnteza. Daniel aguardou alguns segundos e prosseguiu a travessia, tentando localizar Burch, mas não podia lutar contra a força das águas. Conseguiu concluir sua travessia e chegou à margem espanhola. Lloyd Stanford, o bombardeador da tripulação de Burch, concluiu a travessia em segurança.
O que aconteceu com Burch? Ele foi arrastado, ainda vivo, pela correnteza rio abaixo, em direção a fronteira francesa. Talvez ele tenha sido arremessado contra as pedras da margem e se ferido ainda mais. Ao amanhecer, uma patrulha alemã encontrou dois corpos na margem, próximo a vila francesa de Biriatou, no sopé dos Pirineus. Um deles era Jacques Cartier, um francês de 50 anos, integrante da Linha Cometa, que acompanhava Jean François na travessia; o outro era um jovem de aproximadamente 25 anos, sem identificação. Carregava apenas um lenço com as iniciais J.B. Este era Jim Burch, co-piloto do B-17 abatido sobre a Holanda em 10 de outubro de 1943. Burch morreu afogado. Os alemães penduraram os corpos de Burch e Cartier na igreja da vila de Biriatou com um cartaz escrito “Eis o que sempre acontece com todos os que desafiam o Terceiro Reich”.[17] Os moradores da pequena vila cobriram os corpos com flores e ramos de plantas. Na própria vila existia um grupo autônomo de resistência que escondia aviadores e atravessava a fronteira quando podia. Ao final do dia os alemães levaram os corpos embora e sua localização é desconhecida.
Atualmente, uma lápide no cemitério americano de Cambridge, na Inglaterra, guarda a lembrança da morte de Jim Burch, registrada a 24 de dezembro de 1943.
Naquela noite, a travessia foi caótica, e o resultado foram dois mortos. Na noite do dia 20, Whitlow e Ashcraft efetuaram a travessia sem problemas; posteriormente, na noite do dia 28/12 mais quatro aviadores foram também atravessados sem problemas. Após a travessia em que Burch morreu, o cenário se tornou caótico. Por causa dos tiros efetuados pela guarda espanhola, os guias bascos retornaram em direção à França. Jean François, responsável pela Linha Cometa, também retornou após uma frustrada tentativa de travessia. Os únicos a atravessar em segurança o rio naquela noite foram três aviadores e o belga Daniel. Entre estes aviadores estava Stanford, da tripulação de Burch. Todos foram surpreendidos por uma patrulha espanhola que os prendeu. Alguns dias depois, por meio de contatos entre a resistência e os britânicos, os homens foram identificados como aviadores aliados e resgatados por representantes consulares britânicos, em território espanhol.
A Linha Cometa prosseguiu seus serviços de resgate de aviadores aliados, embora tenha quase sucumbido em 1944, graças à ação de um agente alemão infiltrado. Com a chegada dos aliados à França, seus serviços foram suspensos e iniciou-se a caça por traidores. A Linha conseguiu atravessar pela fronteira mais de duas centenas de aviadores aliados. Em 1944, as vésperas da invasão pelas praias da Normandia, o grupo conseguiu manter em segurança, escondido nas florestas belgas e francesas, mais de 400 aviadores, que foram transportados em segurança à Inglaterra entre julho e setembro de 1944.
[1] AMBROSE, Stephen. Azul sem Fim. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro, 2005. p. 104. Em agosto de 1943 era crítica a falta de tripulações na 8ª Força Aérea. Existiam mais aviões em solo do que tripulações disponíveis para pilotá-los.
[2] Quando me refiro aqui a territórios ocupados refiro-me principalmente à França, Bélgica e Holanda. Estes três países tiveram movimentos de resistência civil bastante fortes durante toda a guerra e atuavam seguidamente com os aliados, enviando relatórios de espiões e informações importantes para os serviços de inteligência britânicos e americanos.
[3] Para maior entendimento dos trabalhos efetuados pela Linha Cometa, aconselha-se a leitura de EISNER, Peter. O Caminho da Liberdade. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2005. Este artigo foi bastante influenciado pela leitura desta obra.
[4] US Army Enlisted Records (1941-1946) disponível em http://www.archives.gov/ .
[5] EISNER, Peter. op. cit. p. 199.
[6] http://www.8thafhs.org/bomber/385bg.htm
[7] Este artigo esta sendo escrito com base no MACR (Missing Air Crew Report) n. 826 da tripulação de Burch. Juntamente com o relatório, existe o Casualty Report onde alguns tripulantes, no pós guerra, adicionaram informações sobre os tripulantes mortos/desaparecidos do vôo. Como a entrevista foi feita entre 1946 e 1947 (possivelmente estendendo-se até 1948, dada a quantidade de tripulações entrevistadas), os entrevistados não souberam informar com exatidão a data e a ordem das missões completadas. Com base em um cruzamento de dados de informações disponíveis em sites de outros grupos de bombardeio, eu estabeleci estas datas como as prováveis para cada missão, embora não tenha conseguido descobrir a data do bombardeamento de St. Nazaire: (?) missão para St. Nazaire, 27 setembro de 1943 missão para Emden, 2 de outubro de 1943 missão para Emden, 4 de outubro missão para Frankfurt, 9 de outubro missão para Marienburg e 10 de outubro missão para Munster
[8] AMBROSE, Stephen . op. cit. p. 100.
[9] http://www.alharris.com/stories/munster.htm
[10] Missing Air Crew Report 826, Air Force Historial Research Agency, disponível em http://www.footnote.com/
[11] Informações da ficha elaborada pela Evasion Comete, na França, disponível em http://www.evasioncomete.org/fstanfola.html
[12] Missing Air Crew Report 826, Air Force Historial Research Agency, disponível em http://www.footnote.com/
[13] EISNER, Peter. op. cit. p. 199
[14] http://www.evasioncomete.org/fashcrajt.html
[15] http://www.joebaugher.com/usaf_serials/1942_1.html
[16] EISNER, Peter. op. cit. p. 188.
[17] EISNER, Peter. op. cit. p.223.